A VINDA DE CRISTO
Primeiro: Interpretação literal das profecias bíblicas.
Uma hermenêutica literal coerente. Não que haja somente textos literais da profecia, mas que, embora certos trechos com figuras de linguagem, a parte fundamental da profecia é literal. Por exemplo: Quando os anjos dizem para os discípulos de Cristo que ele do "céu virá do modo como vistes subir" (At.1.11) não é mera semelhança quando o profeta Zacarias diz que: "Naquele dia, estarão os seus pés sobre o monte das Oliveiras, que está defronte de Jerusalém para o oriente...". (14.4). Pois o mesmo fato da ascensão de Cristo ocorre no monte das Oliveiras (cf. At.1.12; Mt.28.16; Lc.24.50-52). Monte situado na Judeia. [...] Dezenas de profecias bíblicas tornam improvável uma interpretação alegórica da glória futura de Israel que, obviamente, impõe a interpretação de um milênio literal, dentre elas: Isaías 2.2-4; 25.8; 26.19,20; 27.6; 35.10; 40.10,11; 42.4; 45.17,18, 22-25; 49.15; 50.4-8; 54.8,9; 61.5-11; 62.11,12; 65.9,25; 66.21-24; Ezequiel 11.17-19; 16.60; 34.11-16, 23-25,31; 36.24, 33; 37.14, 22-28; etc.
Segundo: A distinção entre Israel e a Igreja (cf. 1Co.10.32).
Israel é a nação eleita de Deus pelo qual todo o plano da salvação foi traçado. E sua rejeição a Cristo constitui-se o mistério pelo qual surge a Igreja. E essa inaugura e vive por toda a dispensação da graça. Onde, na dispensação da tribulação sai de cena e prossegue os desígnios divinos para com a nação eleita e na dispensação seguinte (milênio). A Igreja é um parêntese divino entre Deus e Israel, por isso, assim como sua entrada no cenário bíblico é um mistério, sua saída também é. A Igreja surge discretamente e sairá secretamente por meio do arrebatamento dos crentes.
Terceiro: A distinção entre a Igreja real e a Igreja nominal.
Há também distinções claras entre a igreja real e a igreja nominal. A primeira faz parte dos regenerados (Tt.3.5; 1Pe.1.23; 1Jo.3.9), os que verdadeiramente estão em Cristo (Rm.8.1). E por isso são novas criaturas (cf. 2Co.5.17). A segunda faz parte dos que pensam ter sido regenerados, mas suas obras não comprovam (cf. Ef.2.10; Tg.2.17; Tt.2.11-14) possuem apenas o nome de cristãos, mas na prática, não são. Jesus arrebatará somente a igreja real.
Quarto: A septuagésima semana da profecia de Daniel.
A septuagésima semana de Daniel tem também uma importância fundamental na teologia dispensacional. Pois toda a natureza da dispensação da tribulação ocorre no último período da septuagésima semana de Daniel.
Confira o cálculo das 70 semanas de Daniel a interpretação literal dessa profecia deve ser assim até o fim. O que não se vê nas escatologias similares do dispensacionalismo: O pré-milenismo histórico e o mesotribulacionismo. Elas começam bem, decifrando as 70 semanas de Daniel, mas o seu fim faz uma interpretação alegórica, espiritualizada. Ora, a mesma exatidão literal de Daniel 9.25 quanto a reconstrução da cidade e da entrada triunfal de Cristo em Jerusalém com sua morte logo em seguida (v.26), Daniel 9.27 não pode findar com uma alegoria espiritualizada.
Observe do mesmo ocorre o cumprimento literal: "até ao Ungido, ao Príncipe, sete semanas e sessenta e duas semanas". Isto é, 7 x 7 (49 anos) + 62 x 7 (434 anos), os 483 anos (49 + 434), onde surge o ungido (na LXX79, "christou"). Obviamente, o restante da profecia tem de terminar literal. Que corresponde a dispensação da tribulação. Os 7 anos restantes. Que não tem nada a ver com uma interpretação alegórica espiritualizada. As três etapas das 70 semanas de Daniel são literais, conforme ilustração abaixo:Reconstrução de Jerusalém = 7 semanas (49 anos)O ungido, o príncipe = 62 semanas (434 anos)Ele. Um príncipe que há de vir = 1 semana (7 anos)Total = 70 semanas <=> 490 anos.
O término da profecia tem que acontecer o que está previsto em Daniel 9.24. Onde os seis acontecimentos mencionados no texto devem se concretizar. O que ainda não é uma realidade. Portanto, a projeção da septuagésima semana de Daniel fica para a dispensação da tribulação, tendo como o seu início o arrebatamento da igreja de Cristo.
Pastor Daniel Durand, servo de Cristo e vosso servo.