TRABALHANDO PARA O CRESCIMENTO DA IGREJA
Todos nós sonhamos que o reino de Deus se expanda por meio de nossa igreja local. Ficamos tristes quando isso não acontece e pior, vemos ocorrer o contrário. Mediante isso, o que podemos fazer para que o crescimento ocorra? Creio piamente que devemos trabalhar para o crescimento da igreja, e isso requer algumas coisas:
1) Evangelismo. Se não evangelizamos, isto é se não compartilhamos as boas novas de Jesus para as pessoas, como podemos esperar que as pessoas venham a crer em Jesus? O apóstolo Paulo deixou isso bem claro quando escreveu: "Como pois invocarão aquele em quem não creram? e como crerão naquele de quem não ouviram falar? e como ouvirão, se não há quem pregue? E como pregarão, se não forem enviados? assim como está escrito: Quão formosos os pés dos que anunciam coisas boas!". (Rm.10.14,15). Devemos ter sempre em mente que a narrativa de Atos dos Apóstolos em que fala que "… E cada dia acrescentava-lhes o Senhor os que iam sendo salvos" (At.2.47) não reflete uma condição de discípulos não falantes da Palavra apenas organizando-se para receberem as novas pessoas, mas que eram testemunhas constantes da Palavra na população em que viviam. Pois no mesmo livro de Atos encontramos dizer: "E a palavra de Deus crescia e se multiplicava". (At.12.47).
2) Diligência. Não podemos falhar com essa qualidade em nossas tarefas. Sejam quais forem que estejamos realizando na igreja local. Tudo deve ser feito com muito amor para que as pessoas venham a si inspirarem em nós. Diligência: na vida piedosa cristã (religiosidade), na oração, na frequência aos cultos oficiais da igreja, no ministério em que estamos ligados, nas atribuições delegadas a nós. As pessoas devem encontrar um lugar para se inspirarem. A Bíblia fala que ao falharmos na diligência somos repreendidos por Deus: "Maldito aquele que fizer a obra do Senhor negligentemente…". (Jr.48.10). "Filhos meus, não sejais negligentes, pois o Senhor vos escolheu para estardes diante dele a fim de o servir, e para serdes seus ministros e queimardes incenso". (2Cr 29:11).
3) Igreja local estruturada. Essa parte também é importante. Termos um ponto de referência. Não vivemos em um país sob perseguição onde os cristãos se socorrem nos lares, de portas fechadas e vivem escondidos como nos tempos da igreja primitiva. Não! Somos uma comunidade visível, que tem culto a Deus, portas abertas, atividades diversas, que deve aparecer até nos registros legais como uma organização religiosa (CNPJ, ata de fundação, estatuto e regimento interno), tendo os seus direitos legais garantidos pelo nosso país. E também com suas missões sociais: Precisamos ter um atendimento personalizado para homens, mulheres, casais, jovens, adolescentes, crianças, pessoas com deficiências, pessoas dependentes químicas, fumantes, alcoólatras e em vulnerabilidade social. Sempre no foco PRINCIPAL ministrar a Palavra de Deus antes de qualquer coisa. E buscando um modelo bíblico de ser igreja. Veja nesse link a moldura de uma igreja bíblica em relação aos outros modelos: https://drive.google.com/file/d/1swrBxfKMsbRAudmq_KQBXK05kqkMVoZn/view?usp=drivesdk
4) O ensino cristão. É notório na igreja primitiva que após o kerigma (a proclamação ou o anúncio do Evangelho) os conversos oriundos dessa comunicação da igreja entravam no didache (Conhecido também como "O Ensino dos Doze"). Esse documento da igreja foi escrito no final do século I d.C. E continha instruções éticas e práticas para a vida cristã, abordando temas como comportamento, liturgia, batismo, ceia do Senhor. Nesse diapasão, a igreja local hoje não pode fugir ao atributo honroso de possuir a chave do conhecimento da sabedoria divina (ver 1Co.2.6-16). Portanto tem o seu dever de atender a ordenança de Jesus: "Ensinando-os a observar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos". (Mt 28:20).
5) Unidade Doutrinária
Uma igreja que tem o desejo de crescer de forma sadia, precisa também buscar convergir doutrinariamente. Para isso existe uma confissão de fé. Onde todos devem aprovar e subscrever em sua fundação. Claro que nas doutrinas essenciais da fé cristã percebemos uma unidade abrangente, que não se restringe apenas à uma igreja local, mas a todas igrejas evangélicas sérias e conservadoras. E essa crença universal deve ser parte dos primeiros capítulos da confissão de fé de uma igreja local. Todavia, existem questões eclesiológicas, escatológicas, pneumatológicas e soteriológicas que precisam ser escolhidas pela igreja local, para que não seja uma salada de pensamentos e não ocorrer contendas dentro de sua convivência. Vou exemplificar a seguir.
Igrejas neopentecostais tem uma confissão de fé com muitos pontos pacíficos frente a igrejas reformadas, pentecostais e renovadas. Mas o seu modelo de eclesiologia é igreja consumista, que é totalmente diferente com a maioria das outras igrejas locais, que adotam o modelo tradicional. Em especial igrejas reformadas. O mesmo ocorre com a soteriologia. As igrejas neopentecostais abraçam o pensamento arminiano moderno, enquanto que igrejas reformadas adotam o calvinismo. Também temos na área da escatologia em que as igrejas neopentecostais adotam a escatologia premilenarista pretribulacional. Pensamento majoritário nas igrejas evangélicas do Brasil. Enquanto que as igrejas reformadas adotam a escatologia amilenista ou premilenista pós-tribulacional. E por fim na área pneumatológica, em que as igrejas neopentecostais, pentecostais e renovadas adotam o continuismo, já as igrejas reformadas adotam o cessacionismo.
Portanto, essa unidade em pontos não pacificos no geral do cristianismo pode parecer desnecessário a princípio. Mas no tocante a convivência do dia-a-dia da igreja local, tais assuntos trazem uma pacificação local e são cruciais para a unidade da igreja. Pois a igreja universal não cabe dentro da igreja local. Pelo contrário. é a igreja local que cabe dentro da igreja universal. A universal assembleia dos santos mencionada na carta de Hebreus estão até os mortos em Cristo. Portanto, se alguma igreja local ou denominação nega essa relevância pontuada aqui, pode analisar que se trata de uma igreja LIBERAL. Ora, esse tipo de igreja não aceita se quer uma unidade nos pontos essenciais. Então não merece nossa atenção. É prejudicial para o crescimento sadio da igreja.
Na igreja que está sob meu pastoreio tenho buscado, além dos pontos essenciais, uma unidade abrangendo a escatologia e pneumatologia com base na confissão de fé já estabelecida em sua fundação. Com ressalva na soteriologia, que não foi fechada essa questão. Mas tenho passado (não por imposição) o pensamento arminiano wesleyano ou clássico para que haja um equilíbrio. E na eclesiologia tenho buscado não entrar nessa briga entre os modelos: tradicional (igreja reformada) e consumista (neopentecostal). Pelo contrário, tenho passado para a liderança o modelo missionário. Um modelo mais próximo da Bíblia.
CONCLUSÃO
Tendo essas coisas em mente, cabe a cada um de nós cristãos, seja de qual for a igreja local que estejamos nos congregando, trabalhar para o crescimento da igreja, pois a Bíblia foi bem enfática em relatar:
"Assim as igrejas eram confirmadas na fé, e dia a dia cresciam em número". (At 16:5).
Pr. Daniel Durand (vosso servo e de Cristo).